sábado, janeiro 28, 2012

Vidas Malvadas


Há quem pense que a vida de um jogador de futebol perde sentido após o final da carreira.
Pois bem, tentaremos ilustrar o contrário: que o verdadeiro sucesso vem com o pendurar das botas. Recorrendo aos casos mais rebuscados, claro, deixando de parte os fenómenos conhecidos de comentadores, treinadores e socialites.

Para começar, temos Krpan. Krpan, quem diria, tornou-se num ídolo da criançada. Volumes e volumes de livros, musicais, desenhos-animados e toda uma vasta parafernália de merchandising invadem os espaços comerciais, onde pirralhos aos berros testam a paciência dos pais, reclamando por um contacto mais próximo com Krpan. Tamanho é o êxito que Krpan seguramente não terá saudades dos seus tempos dentro das quatro linhas (ele e toda a gente).

Podemos também recordar Beke – mas é provável que não consigamos, a menos que nos chamemos Carlos Manuel. O vigoroso central que acrescentou centímetros de forma mais notória às defesas de dois clubes arrastados para a lama das divisões inferiores, o Salgueiros e o Campomaiorense, arranjou o seu caminho como actor de cinema. E logo com um papel de destaque num remake de uma saga famosa série dos anos 80, especialmente concebido para si. Os críticos do “Público” já vergastaram com a sua prosa insensível os méritos desta saga, mas as famílias aderiram em massa. E Beke ganhou um novo fôlego.

Até Djukic, o saudoso Djukic que adornou tardes de intensa canícula no S. Luís sob os protestos e gestos bruscos de Paco Fortes, ganhou destaque junto da imprensa internacional. Finalmente, foi-lhe reconhecida a codícia atacante que sempre demonstrou nos relvados. Ou quase sempre. Algumas vezes, pelo menos. Aliás, todos esses loucos anos 90 do Farense, hoje tão distantes e tão irrepetíveis, mereceram uma análise detalhada que agitou todo o mundo desenvolvido, sempre tão atento a eventuais ameaças de armas de destruição maciça. Como é o caso de Djukic.

Bom, mas o contrário também é verdade: lá por estarem no activo, não quer dizer que a vida de um jogador de futebol seja um mar de rosas. Atente-se nestas duas situações.

Kléber, por exemplo, chegou, viu e desapareceu. Não foi um desaparecer violento como o de Adriano, nem um desaparecimento monetário como o de Falcao, nem tão pouco um não-aparecimento como o de Walter. Foi um eclipse temporário a caminhar para o permanente, uma luz já de si trémula que se esvanece com o som dos assobios, um “não” rotundo às finalizações fáceis. Lá para os lados de Contumil afixaram-se cartazes e organizaram-se grupos de buscas. A esperança é a última a morrer. Mas toda a gente sabe que quanto mais tempo passa, mais forte é a possibilidade de Kléber ser esmagado pela roda de um carro durante a noite. A sério.

E também Yannick Djaló passa por momentos delicados. Seja pelo colossal desafio que será inventar um nome para a sua filha, seja pelo facto do silicone da sua mulher ser PIP, ou, quem sabe?, por não ter clube. Não que antes, quando tinha clube, Yannick já não causasse grandes dores de cabeça aos adeptos e a si mesmo, mas, se calhar, ter clube é uma coisa assim para o importante se estamos a falar de um jogador de futebol. O desespero cresce e já vale tudo para colocar Yannick num grémio qualquer. Até anúncios em páginas improváveis dos jornais. Eu escrevi colocar? Peço desculpa, o verbo é mesmo “impingir”. E o Bojinov que não se meta a pau, não, que nem oferecido como brinde do Happy Meal se safa um dia destes.

Pois é, a vida de futebolista dá muitas voltas e raramente é tão linear como o povo julga.

quinta-feira, janeiro 26, 2012

A Afirmação dos Trinta

Paco Bandeira celebrizou a “ternura dos quarenta”. Até há pouco tempo, todos pensávamos que ele se referia aos quarenta anos de idade, mas agora nós já desconfiamos que ele estaria a pensar nos quarenta estaladões na cara da mulher. Enfim. Para além deste propalado sentimento que invade os quarentões, não nos podemos olvidar da “afirmação dos trinta”. Sim, os trinta: a idade da maturidade não tão madura assim e da juventude não tão jovem quanto isso, o local da nossa estrada onde confluem a aprendizagem e a experiência, onde jogamos ao “sim-ou-sopas” das nossas vidas e onde, genericamente, atravessamos o ponto de não-retorno daquilo que irá resumir a nossa existência.
Serve este intróito para descrevermos a trajectória da carreira de Ricky. Ricky era simplesmente Ricky; não era apanascado como o Martin, nem comprido como o van Wolfswinkel, nem especialmente engraçado como o Gervais. E simples foram as suas raízes: despontando na sua Nigéria natal, realizando uma improvável travessia do Atlântico até ao Brasil e acabando em França, primeiro no Laval e depois no Metz – o clube com nome de bebida da Martini, que anos volvidos nos ofereceria, desinteressadamente, o prazer de podermos vislumbrar esse inigualável pensador da bola chamado Didier Lang
Estava Ricky ainda nos seus “mid 20’s”, imberbe e imaturo, quando o Benfica o descobriu, quase uma década antes de Lang, para alargar uma frente de ataque que possuía a frieza ainda pouco adiposa de Magnusson e a excentricidade de contornos caladescos de Adesvaldo Lima. Porém, os resultados práticos foram semelhantes aos de Lang. Ricky perfez apenas 4 jogos de águia ao peito para o campeonato e um poker de golos ao superlativo Riachense para a Taça não foi suficiente para convencer a exigente massa adepta benfiquista, rendida (ou desmaiada) perante o perfume africano mais refinado de Vata, o goleador que tanto marcava a jogar futebol como a jogar andebol e que obteve a proeza de se sagrar o “pichichi” de um campeonato com 38 jornadas com somente 16 golos – ou seja, deve ter rematado para aí um terço dos penalties que Cardozo falha por época, só para terem uma noção. Acto contínuo, Ricky foi acompanhado até ao terminal do Colégio Militar, fingiu que mostrou o passe ao entrar numa camioneta da Vimeca e ficou assim consumada a sua dispensa para o Estrela da Amadora.
Na Reboleira, deu-se uma feliz conjugação de factores: é uma terra habituada a receber africanos e Ricky aproximava-se vertiginosamente da idade dourada, os trinta. E foi ver a contagem de golos a aumentar: só para o campeonato, 12 golos na primeira época e 15 na segunda, sendo inclusivamente o jogador mais utilizado do plantel nesta última. Melhor marcador indiscutível, num plantel onde pontificava muita gente de cariz defensivo, como o eterno Rebelo, o clássico bigode de Duílio e o bebé Abel Xavier, mas pouca concorrência atacante. Outros voos se indiciaram a Ricky e este avançou como uma torre sempre a direito até ao xadrez do Boavista, orientado por Manuel “Tenho Dezenas de Milhões de Egípcios a Chamar Por Mim e Nenhum Deles é o Abdel-Ghany ou o Sabry” José.
E foi aqui, no feudo do Major, que Ricky atingiu o apogeu, justamente na época das suas trinta primaveras. 30 golos – como não podia deixar de ser – em 34 jogos. Melhor marcador do campeonato. Uma combinação quase perfeita com o menino João Pinto e o perfurante Marlon Brandão. Uma Taça no palmarés. Um sorriso maroto a encostar aqui, a tocar dali, a fuzilar acolá. O Boavistão em delírio.
Depois, uma boa época, a fazer de cicerone ao despontar de Artur. 14 golos não estava mal e ainda conseguiu bater o gelatinoso brasileiro ao sprint pelo título de melhor marcador da equipa. Mas em 1993/94, 6 tímidos golos em 30 jogos. Uma personalidade afectada pelo refulgir imparável de Artur e a concorrência cada vez mais apertada provinda de Luciano, um Jacaré antes do tempo, e do sempre presente Nelson Bertolazzi. Estava ditado o fim dos dias de glória no Bessa. Os trinta anos transformaram-se em trinta em três num ápice e Ricky, que lia a bíblia (não era “A Bola”, era mesmo aquele livro que costuma estar nas cabeceiras dos hotéis) e sabia o que tinha acontecido a Jesus (não o treinador que mandou o fair-play às malvas, mas o tipo que costuma andar por aí nas cruzes), sentia o tapete a fugir-lhe por baixo dos pés.
Ainda tentou recuperar forças no Brasil, mas o chamamento do Belenenses foi mais forte. Em Belém, todavia, os tradicionais pastéis embrulharam-se-lhe no goto. Eclipsado pela fantasia de Mauro Airez. Acometido de vergonha perante o excesso de jactância de Luiz Gustavo. Esmagado sem piedade pela pujança de Darci. Driblado pelo instinto de sobrevivência de M’Jid. Desamparado perante os passes melosos de Bino e Abílio. Ultrapassado até por Zoran Ban, que nem sequer ligou os piscas. A sua única satisfação: jogou mais e marcou mais um golo que Adamczuk – que por acaso não chegou a meter a redondinha lá dentro por nenhuma vez. O que foi pouco. O presidente apelidou-lhe de “mercenário” e ele preferiu reagir com actos em vez de palavras – num movimento insuspeito e nada denunciador, deslocou-se até ao Qatar, primeiro, e para a Arábia Saudita, depois, onde finalizou a sua carreira ao lado de uma nota de rodapé do futebol português dos anos 90, o seu compatriota Siasia, que exibiu alguns laivos de genialidade num Tirsense na antecâmara europeia para quem quis ver (não foram assim tantos, infelizmente).
Mas Ricky aproveitou o ser trintão. Oh, se aproveitou. Antecipou-se a Yekini e Amunike e tornou-se no primeiro nigeriano a brilhar a sério no campeonato português. Hoje em dia, cinquentão, Ricky olha com melancolia para o passado e uma nostalgia perpassa-lhe o espírito, enquanto tenta levantar a cabeça como o Rui Patrício e fazer de conta que não se passa nada como o Kléber. Como dizia o velho Paco, na sua imensa sabedoria, “o importante é o sorriso/ para seguir viagem / com a coragem/ que é preciso” – isto, claro, antes de perder a paciência e aplicar um rotativo à Van Damme na amante.

quarta-feira, janeiro 18, 2012

Pontapés na Ortografia

O novo acordo ortográfico é uma coisa que, na opinião de muitos, nunca deveria ter sido posta em acção. Ou ação.

Porém, há muito que já se anunciava uma nova grafia para as palavras às quais nos acostumámos. E isto é um facto. Ou um fato. Daqueles italianos às riscas usados pelo Costinha enquanto faz a lida da casa.

Provas? Eis-nos em 1988:
Esta colecção, ou coleção, como preferirem, foi autenticamente visionária. Precursora, mesmo. Muitos de vós, ou voceses, questionareis: “eh pá, mas este gajo não me é estranho”. É claro que não. Este sorridente magrebino é nada mais, nada menos, que Hajry, o pêndulo centrocampista farense durante épocas a fio. Ou melhor, era o Hajry – daqui em diante, com o novo acordo, será o Adjri.

Adjri foi um marroquino que passou com relativo sucesso por Portugal, e não estamos a falar da sua capacidade inata para vender tapetes. Foi contemporâneo de outro marroquino, o Há Giz (dantes escrevia-se Aziz), o pequeno mago que acendia a luz no meio-campo dos tigres da Costa Verde, que hoje se escreve Costa Esverdeada Que É Mesmo Verde Quando Há Algas Tóxicas Flutuando no Mar. O sucesso com que se ajeitava com a bola fez com que os farenses fossem buscar mais produto a Marrocos, e não estamos a falar dos fardos de haxixe, ou ganza, que dão à costa. Seu nome: Açan. Os mais provectos apenas reconhecerão este rei e senhor da área com a grafia antiga – Hassan. Açan foi, sem grande margem para discussão, o marroquino mais popular que alguma vez jogou em Portugal, tornando-se símbolo dos leões algarvios. Os compatriotas que lhe sucederam não tiveram o mesmo impacto (aqui o “c” mantém-se, acho eu) futebolístico. Vide as situações de Tá Ar Elquealeija e Eladriui, os avermelhados (no sentido da cor da camisola e também da cor do cartão que lhes era mui grato) de Lisboa; o outro Sá do Sporting, o Sá Bér, ao qual se juntou o efémero Adji; ou Sequetiui, o jogador que pode resumir a sua carreira num simples golo, e Xipô, cuja farta cabeleira ofuscou largamente a míngua de recursos futebolísticos.

Como podem perceber, a nova grafia empresta toda uma aura de novidade a jogadores já conhecidos. Agora… a nova grafia torná-los-á objectivamente, ou objetivamente, melhores jogadores? Bom, isso já são contas de outro rosário. Ou Rosário.

sábado, janeiro 14, 2012

Portimão no coração

Ora dá cá um Simmy, ora toma lá um Plummer.
Papa lá o meu Mor e regozija-te com um Goda.

Assim vai a vida em Portimão,
terra pequena, mas cheia de emoção.

Podes percorrê-la a pé ou de Skoda,
mas o melhor é pedires indicações ao Goda.

É certo, o homem não fala grande coisa de português,mas tem cá uma direita, que nem a vês.

Por falar em direita, terrenos pisados por um canalizador,
Plummer de seu nome, estrela de grande fulgor.

O rapaz pode ser pequeno e facturar à Postiga,
mas inglês no Algarve só quer é encher a bexiga.

Oh Plummer, huge bummer.
Jogar em Portimão só é fixe no Summer.
Onde encontras muita gente como tu,
britânica, trôpega, a passear de tronco nú.


















Ao menos tens a companhia do Simmy,
Que é grande como o cacete do Jimmy.

Ups, falei no cacete do Jimmy, meu Deus!
Não digo o espanhol que jogou no Braga, mas do Senhor que cuida dos seus.
Pelo menos assim jura o Ribeiro ex-Beira-Mar,
É verdade, tudo serve para do cacete do Jimmy não falar...

Mas foi antes o Simmy que nos trouxe aqui,
alto como uma girafa e tão seguro de si.
Tanto futebol nas veias aos 19 anos apenas,
que há quem diga que ajudou na construção da Acrópole em Atenas.

Atenção, não falo de novo Leandro Lima,
que esse trepou pela escadaria da vida acima.

O Simmy é simplesmente um rapaz crescido,
fininho como o Chico e no regabofe contido.
He doesn't party like it's nineteen-ninety-nine,
nem achava os bacanais do Rubens Jr, Esquerdinha e do Pena really fine.

Para festas e bacanais temos cá o Papa Mor e o Madior,
Ambos filhos de um Deus maior!
Ora bolas, falei em Deus de novo...
o gajo que pôs o Couceiro em Moscovo!

O outro, já disse, jogou no Arsenal minhoto,
e sua carreira se assemelhou a uma infecção no escroto.


Já sabem, da próxima que forem a Portimão,
peçam ao Goda que ele vos dá a mão.
É melhor que ao Papa Mor, pois ele só dá a cara,
e presentes de Rudi ao Junior Caiçara.

segunda-feira, janeiro 09, 2012

As Palavras Que Nunca Te Direi (Porque Levei Pontos Na Boca E Custa-me Mexer O Maxilar)

Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. Leonardo Di Caprio e Kate Winslet. Paulinho Santos e João Pinto. Javi Garcia e 95% dos outros jogadores do campeonato. Já todos presenciámos célebres casais apaixonados nos ecrãs, trocando mimos e carícias várias até uma teimosa lagrimazita forçar o seu caminho pela face abaixo do empedernido espectador. Poses emblemáticas. Frases que se gravam no coração, apertando-o com um estranho ardor. Olhares que nos fulminam, despertando em nós formigueiros incontroláveis que varrem a nossa estrutura óssea de ponta a ponta. E depois, aquele último beijo com o som dos violinos chiando ao fundo, torneando a brisa que sopra delicada ao pôr-do-sol, fazendo soltar suspiros em toda a assistência (no caso do Paulinho Santos e do Javi Garcia, substitua-se “beijo”, “violinos” e “suspiros” por “cotovelada”, “claques” e “gritos de dor”, respectivamente). É um espectáculo.

Mas… e os duros? O Chuck Norris, o Steven Seagal e o Fernando Aguiar não amam? Amam, pois. Já provámos isso e eis mais uma prova: Eliseu e Sá Pinto ensemble, Primavera de 1995, a bela Primavera dos amores perfeitos, nesse recinto atacado pelas setas de Cupido denominado Estádio Mário Duarte, sito na romântica Veneza portuguesa:

Ponto 1: ninguém terá dúvidas que, fora dos estúdios de Hollywood, Chuck Norris e Steven Seagal parecem a turma do Noddy quando comparados com a rudeza crua destes dois sanguinários do futebol indígena. Eliseu e Sá Pinto foram dois dos mais inspirados autores do Manual do Bom Rufia do Futebol Português, Manual esse iniciado sabe-se lá por quem e sucessivamente aditado de várias contribuições… até que um dia, Binya, ao seu estilo, chegou e rasgou os tendões de Aquiles deste Manual, fazendo tábua rasa de tudo o que já tinha sido escrito e construindo uma nova base para a boa cacetada. “Binya é um senhor”, parece ter confessado Javi Garcia em sinal de gratidão por tão valiosos ensinamentos, mas afinal ninguém viu, ninguém ouviu, ele não disse, não havia câmaras, ele não estava lá, foi alguém que disse por ele nas suas costas, etc. e tal… e foi-se a ver, o Javi Garcia não fez nada e estava só a rezar ao Menino Jesus. O costume.

Ponto 2: Nicholas Sparks não o admitirá, mas muita da sua obra literária sorveu inspiração deste instantâneo. Verdadeiramente enternecedor. A cara prenhe de paixão de Eliseu, de cabelos fulvos e dentes cerrados, esticando o seu braço tenso de tanto amor ao encontro de outro loucamente apaixonado, essa Florbela Espanca do futebol português no seu sentido literal que era (é?) Sá Pinto, que fecha os olhos para melhor saborear o prazer doido que lhe afaga a face e invade as veias, fazendo-as pulsar por mais actos de amor desaustinado. Uma conjugação felicíssima, até nos patrocinadores – ambos lacticínios, um é queijo, outro é leite, dois produtos que se calhar até provieram da mesma vaca, da mesma teta, da mesma ervinha que ela ruminou, ervinha essa que pode ter sido a do Mário Duarte. Ou um círculo fechado em si mesmo. Uma simbiose natural. O destino juntou Eliseu e Sá Pinto nesta tarde e os seus corações jamais vibrariam com a mesma violência apaixonada a partir daqui.

Coincidências? No amor não há coincidências.

PS: impressionante o plantel do Beira-Mar nesta época, constituído por um verdadeiro poker de ases de paus: para além de Eliseu, Sandokan Dinis, Hugo “Sniper” Costa e O Outro Eusébio, aos quais se juntava o joker Piguita. You can’t beat that.
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